Na História da Psicologia existem 2 nomes que se destacam:
Freud e Kurt Lewin
Freud - Foi o primeiro a demonstrar a complexidade da história dos indivíduos:
Freud é o clínico.
Kurt Lewin- Demonstrou a importância das leis, dinâmicas segundo as quais os indivíduos se comportam em relação ao meio.
Kurt Lewin é o experimentalista.
Dois autores com perspectivas divergentes, mas complementares. Fizeram da psicologia uma ciência aplicável tanto aos indivíduos como à sociedade.
Freud: As ciências do século xx foram marcadas pelo pensamento do psicanalista Freud com as suas contribuições advindas das reflexões da psicanálise. O estudo de diversas áreas do conhecimento humano, promoveu, no campo das ciências, um dos maiores paradigmas para a compreensão do homem: a descoberta do inconsciente. Freud foi o primeiro psicanalista e um verdadeiro pioneiro no reconhecimento da importância da actividade mental inconsciente. Segundo a perspectiva psicanalítica, o comportamento é movido e motivado por uma série de forças internas, que buscam dissolver a tensão existente entre os instintos, e as necessidades internas de um lado e as exigências sociais de outro. O objectivo do comportamento é a diminuição dessa tensão interna.
O modelo freudiano foi o primeiro afirmar que a natureza humana não é sempre racional e que as acções podem ser motivadas por factores não acessíveis à consciência.
A psicanálise e baseada no conceito de que as pessoas não estão cientes dos muitos factores inconscientes que têm o potencial para produzir a traços de personalidade inquietante, dificuldade de relacionamento com os outros, ou distúrbios na auto-estima ou disposição geral. O tratamento psicanalítico é altamente individualizado e procura mostrar como os factores inconscientes afectam os padrões de comportamento, relacionamento e saúde mental em geral.
Kurt Lewin: Foi o psicólogo que deixou uma das heranças mais importantes para o movimento das Ciências do Comportamento. Pela sua capacidade de experimentação e pelo realismo científico de experimentação, conduziu a Psicologia Social a um plano mais realista. O estudo de pequenos grupos constituía para Lewin uma opção estratégias que permitiria esclarecer e tornar compreensível a psicologia dos fenómenos de grupo. Foi neste sentido que Kurt Lewin transformou a Psicologia Social numa ciência experimental;
Suas contribuições:
- Criação da Teoria de campo;
- Criação da pesquisa acção;
- Considerado o fundador de Dinâmicas de grupo;
- A partir dele houve uma gradativa diversificação das Ciências Sociais.
Kurt Lewin é citado como “pai” da pesquisa acção. A pesquisa acção tem enfoque na informação, interacção, colaboração. Consiste em quatro passos:
- Planeamento;
- Acção;
- Observação;
- Reflexão.
O seu interesse centrou-se em pequenos grupos, analisando as variáveis de coesão, padrões grupais, motivação, participação, processo decisório, produtividade, preconceitos, tensões, pressões e formas de coordenar um grupo.
Segundo o Lewin, a dinâmica de grupo é o estudo das forças que agem no seio dos grupos, suas origens, consequências e condições modificadores do comportamento do grupo.
Modelo Kurt Lewin
Há uma ligação estreita entre a planificação, a investigação e a acção, numa dinâmica interactiva;
A investigação não se concebe se a acção consequente;
O grupo é uma entidade fundamental (não o individuo);
Dá-se valor à participação e, nesse sentido, a investigação - acção pode representar uma contribuição para a democracia;
Há um compromisso sério com a melhoria social, finalidade última da investigação - acção pode representar uma contribuição para a democracia;
Há um compromisso sério com a melhoria social, finalidade última da investigação - acção. Não obstante, o modelo de Lewin carrega consigo alguns elementos do positivismo dominante, Lewin parte de um modelo empírico - analítico tradicional, tentando combinar métodos clássicos de investigação com um objectivo particular de mudança social.
Psicologia social
Ciências que procura compreender o “como” e os “porquês” do comportamento social. A interacção social, a interdependência entre os indivíduos e o encontro social. O seu campo de Acção é portanto o comportamento analisado um todos os contextos do processo de influência social:
• Interacção pessoa/pessoa
• Interacção pessoa/grupo
• Interacção grupo/grupo
Investiga os factores psicológicos da vida social:
• Sistemas motivacionais (instinto);
• Estatuto (status) Social;
• Liderança;
• Estereótipos (estigma);
• Alienação;
• Identidade, valores éticos;
• Teoria das representações sociais, a Produção de Sentido, Exclusão/inclusão Social.
Analisa os factores sociais da Psicologia Humana:
• Motivação;
• O processo de socialização;
• As atitudes e as mudanças de atitudes;
• Opiniões/ideologia, moral;
• Preconceito;
• Papéis sociais;
• Estilo de vida.
Jacob Levy Moreno
Jacob Levy Moreno
Aos dezanove anos, em 1908, estava matriculado na faculdade de Medicina de Viena. Neste período, seu passatempo, predilecto era caminhar pelos parques da cidade reunindo crianças e formando grupos de brincadeiras de improvisação. Costumava contar-lhes contos de fadas. Nunca repetia a mesma história, para manter a sensação de encantamento. Ao trabalhar com as crianças, Moreno queria lhes proporcionar meios de lutar contra os estereótipos da sociedade, mantendo a espontaneidade e criatividade.
Jacob Levy Moreno de ascendência judaica, é o criador do Teatro da Espontaneidade e da Catarse e posteriormente do Psicodrama.
“ Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-eis no lugar dos meus; e arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus; então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus.”( J.L.Moreno).
Desenvolveu e sistematizou suas descobertas: a sociometria, uma ciência de acção, que contêm três ramos: o sociodrama, a psicoterapia de grupo e o famoso psicodrama. Consegui desenvolver ema teoria baseada numa concepção de homem e da saúde que têm como núcleo a espontaneidade, optimismo sobre o vital, o amor, a catarse e os papeis que o Eu do indivíduo vai formando. Esta busca pelo reencontro dos verdadeiros valores éticos, religiosos e culturais em uma forma dramática espontânea, (mais tarde, denominado como desenvolvimento do Axiodrama) foi o primeiro conteúdo do Psicodrama. Moreno retomou o conceito de catarse. Pois, ao ocorrer uma identificação do espectador com os actores, ocorre como poderíamos dizer uma catarse, e também, certa conscientização. Para que ocorra uma catarse, têm que existir uma espontaneidade e criatividade, pois do contrário, é uma mera repetição que não trará nada de novo nem aos protagonistas nem ao público. É na criação espontânea que se consegue o vínculo do homem com o mundo.
Teorias por ele usadas:
a) A teoria da espontaneidade: está ligada dialecticamente à criatividade,
b) Teoria dos papéis: o termo “papel” é um conjunto das várias possibilidades identificadoras do ser humano. Os papéis psicodramáticos expressariam, as distintas dimensões psicológicas do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas representações mentais. Nesta teoria, toma-se os papéis como núcleo do desenvolvimento pois á medida que a criança cresce e se diferencia, vai podendo ampliar seu leque de papéis. Alguns papéis ficarão inibidos, necessitando, posteriormente, serem resgatados (funções do psicodrama).
c) A psicoterapia grupal: Moreno assim a define” a psicoterapia de grupo é um método para tratar, conscientemente, na fronteira de uma ciência empírica, as relações interpessoais e os problemas psíquicos dos indivíduos de um grupo…” na sua concepção, todos no grupo são agentes terapêuticos, todo o grupo também o pode ser em relação a outro grupo.
O cérebro “Triúnico de Maclean
Paul Maclean distinguiu 3 fases dessa evolução e desenvolveu a teoria do cérebro “ triúnico”, segundo qual o cérebro humano está dividido em 3 partes, ou seja, 3 cérebro num só.
A primeira parte é o paleoncéfalo ou cérebro reptilino. Esta é a parte mais pequena do nosso cérebro é responsável pelas necessidades básicas e essenciais, assim como a digestão. O sono, respirar etc. Estas acções são de carácter mecânico e instintivo.
A segunda parte é o mesoencéfalo ou sistema límbico, que é comum a todos os mamíferos. Este é responsável pela protecção, emoções e sentimentos. Este sistema é capaz de compreender e transformar as emoções em memória.
A terceira parte o neocórtex é a parte maior e mais evoluída do cérebro. Este cérebro deu-nos uma consciência e um raciocínio lógico ou argumentativo é nesta parte que distingue o humano dos outros animais.
Esta terceira parte do cérebro, permite que os seres humanos sejam socioculturais e tenham um papel interventivo na sociedade, sendo que o homem é também um produto dessa mesma sociedade, e da sua cultura.
